Levantamento apresentado pelo diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos (Sips), Rogério Kerber, em reunião da Câmara Setorial do Milho da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR), projeta que as importações de milho do Rio Grande do Sul atinjam o volume de 3,75 milhões de toneladas em 2022. O número é 56,25% maior que o volume importado em 2021, de 2,4 milhões de toneladas. Em 2020, foram importadas 2,6 milhões de toneladas do grão. Historicamente, o Estado vem empurrando um déficit de milho que aumentou nos últimos anos em razão das estiagens em sequência e do crescimento da indústria de proteína animal, cuja base de alimentação dos rebanhos é o grão.
De acordo com Kerber, esse levantamento é importante para a administração dos setores que mais demandam milho no Rio Grande do Sul. “Com três frustrações de safra sucessivas, as empresas precisam saber a demanda real”, justifica. Ele lembra, também, que a produção de suínos e aves é responsável por nada menos que 85% do consumo de milho no Estado.
No encontro em que foram apresentados os dados, no início da semana, ficou definido que a Câmara Setorial do Milho vai se reunir com a Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz) para buscar recursos destinados a dar continuidade e ampliação a programas como o Pró-Milho e o da Irrigação; que a SEAPDR e as entidades parceiras vão iniciar as definições para preparar a abertura da colheita do milho na zona Sul; e que vão ser feitos chamamentos para que entidades façam pedidos para o Troca-Troca de Sementes.
Na reunião ocorreu a posse do novo coordenador da Câmara Setorial do Milho, Paulo Vargas, o qual adiantou que o foco das atividades da câmara são a irrigação, a reservação de água e a promoção do cultivo de milho em terras baixas. Vargas lembrou que a importação do grão causa prejuízos em diferentes níveis. “Quando trazemos de fora a gente deixa de estar gerando emprego no Estado e o custo de logística também é mais elevado”, comenta. Ele observou, por fim que há uma crise mundial de falta do grão e seu cultivo traz vantagens ao produtor, pois a lógica aponta para bons preços no futuro.