A Fetag-RS manifesta preocupação frente ao atual cenário da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados do Rio Grande do Sul. Considerando a atual conjuntura da cadeia láctea que vem enfrentando um expressivo aumento das compras brasileiras de leite, creme de leite e laticínios (exceto manteiga e queijo) da Argentina e Uruguai.
Comparado em relação ao mesmo período do ano passado as importações cresceram em 286,4% em valor, chegando a US$ 263,2 milhões, e 230,6% em volume, atingindo 69,9 mil toneladas, conforme dados da plataforma Comex Stat, do governo federal. O Rio Grande do Sul é o terceiro Estado que mais importou, aplicando US$ 34,1 milhões, com variação de 230,7% sobre o período de janeiro a abril de 2022. Por consequência da alta disponibilidade desses produtos no mercado interno, estão ocorrendo expressivas quedas nos preços pagos pelo leite aos produtores, em uma janela que comparada aos anos anteriores sempre tiveram um cenário favorável e de aumento dos preços pagos ao produtor.
Em virtude disso a Fetag-RS juntamente com a Frente Parlamentar da Agricultura Familiar está articulando junto ao governo federal (MDA, MAPA, MDIC E PARLASUL) a criação de projetos de desenvolvimento e valorização do leite e derivados no Brasil. A Federação reforça a necessidade da adoção de políticas públicas pelo governo federal que resguardem o setor leiteiro frente aos subsídios que vêm sendo concedidos na Argentina e no Uruguai. A Federação também solicitou ao MDA e MDIC em caráter de emergência a suspensão da resolução GECEX Nº 353, DE 23 DE MAIO DE 2022, e a aplicação da alíquota de 12% estabelecida pela TEC (Tarifa Externa Comum) do Mercosul pelo período de 6 meses para conter a importação de leite e derivados.
Além das medidas específicas para a contenção das importações, a Fetag-RS vem trabalhando junto a CONTAG e MDA, um formato de Proagro (seguro agrícola) pecuário e também uma nova forma de aferir o enquadramento no CAF para os produtores de leite (renda líquida ou percentual de rebate dos custos de produção). Com a secretaria de agricultura do estado vem trabalhando fortemente para a liberação dos recursos do Fundoleite, com objetivo da retomada dos trabalhos e também da reformulação das ações junto ao Conseleite.
Para o presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva “a cadeia produtiva do leite mais uma vez está vivendo um momento delicado e instável. Está mais do que na hora da efetivação de políticas públicas amplamente debatidas para resguardar o setor. Os produtores não estão mais suportando tamanha instabilidade e negligência.”