A Associação dos Sindicatos de Trabalhadores Rurais da Região do Médio Alto Uruguai (ASTRMAU), Macrorregional Missões Fronteira Noroeste e FETAG-RS, representantes dos agricultores pecuaristas familiares e produtores de leite, convoca a todos os agricultores e agricultoras familiares e produtores de leite para participarem de grande mobilização pelos produtores de leite, marcada para a próxima quarta-feira, 27 de setembro, a partir das 9 horas, com concentração no Parque de Exposição de Frederico Westphalen.

Há meses os governos estão sendo alertados sobre os problemas causados pela importação desenfreada de produtos vindos do Mercosul, em especial, leite e seus derivados, alho e carne.

Foram incontáveis reuniões com ministros, secretários, lideranças políticas e até mesmo com o vice-presidente da república. Porém, de acordo com a Fetag, pouco ou nada foi feito em relação à grande quantidade de leite oriundo dos países do Mercosul.

Produtores de leite estão vendo os preços pagos pelo litro desabarem a cada dia. A cadeia leiteira passa por dificuldades, e os produtores não estão conseguindo cumprirem com seus compromissos comerciais com estabelecimentos e agentes financeiros, proporcionando um “caos econômico e social” nos municípios da região, que tem como uma das principais atividades o leite, na agricultura familiar.

Diante destas dificuldades e tantas outras enfrentadas pelo setor, a categoria decidiu se mobilizar novamente. No dia 27 de setembro, os produtores de leite da região estarão concentrados e mobilizados em Frederico Westphalen, com passeatas pela BR-386, panfletagem e bloqueio da rodovia.

O objetivo é pressionar os governos no sentido de revisar as regras do Mercosul, implantação de políticas de subsídios governamentais para os produtores (a exemplo do que já ocorre na Argentina) e tornar a Conab como reguladora do mercado interno, tornando-a centralizadora das importações.

– A mobilização é a única saída encontrada, já que não podemos mais ficar marcando reuniões que não apresentam resultados práticos – disse o presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva.

Estão convidados a participar da mobilização todos os produtores de Leite e produtoras rurais, bem como a sociedade civil organizada, cooperativas e associações, comércio, indústria, poder legislativo, poder público, e demais pessoas para se juntar à luta pela salvação da atividade do leite na agricultura familiar. De acordo com o coordenador da Regional Sindical, do Médio Alto Uruguai, Deonir Sarmento, a classe busca subsídios para o leite, para que cada produtor tenha incentivos por parte do governo federal.

– Nós estamos procurando fazer com que o governo do estado tira a isenção fiscal das empresas que estão importando leite e concorrendo com o leite produzido a nível de estado aqui do Rio Grande do Sul e também o pedido extensivo a Santa Catarina no Paraná também. Estamos também fazendo com que o governo possa tomar medida de taxação desses produtos vindo, especialmente a questão do leite, do vinho, do trigo principalmente, que a baixa do trigo também já está notória aí começando a safra e temos o ingresso de trigo. Também vindo principalmente da Argentina. Então nós precisamos que o governo entre em ação com algumas medidas que amenizam toda essa situação dos nossos produtores rurais, principalmente produtores de leite da nossa região –, ressaltou Sarmento.

Sindicatos de toda a região deverão disponibilizar transporte. Orienta-se que os interessados em participar procurem o sindicato de sua cidade, para buscar informações e realizar sua inscrição para o ato.

Ministros virão ao Rio Grande do Sul nesta quarta-feira e devem anunciar medidas de apoio.

Diante do anúncio da visita de ministros ao Rio Grande do Sul, prevista para a próxima quarta-feira, 27, a Fetag-RS, em conjunto com as Regionais Sindicais, optou por adiar a mobilização agendada para os dias 27 e 28 de setembro, em Jaguarão, na fronteira com o Uruguai.

De acordo com a Fetag, “a decisão não representa uma desmobilização da categoria, tão pouco desistência do ato. Esperamos que esta não seja apenas mais uma viagem, pois as ações têm de chegar juntamente com a comitiva”, salientou a federação.

Optou-se por, primeiramente, aproveitar a presença dos ministros no Estado para cobrar ações por parte do governo federal. A mobilização foi remarcada para o dia 11 de outubro, também em Jaguarão.