Quando começou a se aventurar no jogo Upland, em que a diversão se baseia em comercializar terrenos no metaverso, o programador e influenciador gamer Lucas Mucida, 35, de Viçosa, Minas Gerais, se deparou com um mundo virtual sem fim e cheio de possibilidades — incluindo financeiras.
A brincadeira, que começou há cerca de um ano e meio, acabou virando assunto sério depois ele lucrou quase R$ 9 mil com a venda de um terreno que existe exclusivamente no ambiente digital. Era um aeroporto da cidade de Los Angeles, adquirido por US$ 1.800 (R$ 9.540 na conversão direta e sem impostos) e passado adiante pelo dobro do preço.
A transação é feita em UPX, a moeda do próprio jogo (1 mil UPXs equivalem a US$ 1, ou cerca de R$ 5,30). A grana virtual pode ser convertida em dinheiro de verdade por meio do PayPal, sistema de pagamento bastante popular nos EUA. Ou seja: é teoricamente possível enriquecer com este tipo de especulação imobiliária.
"A palavra-chave para se tornar um bom jogador é paciência. O jogo tem muita informação, muitas possibilidades", destaca Lucas. Quer tentar a sorte (ou a habilidade) também? A seguir, Luas conta suas principais estratégias.
Como você conheceu o Upland? Há quanto tempo joga?
Mucino: Conheci o Upland através de uma propaganda no navegador Brave. Eu gostava muito já de jogos estilo SimCity, The Sims, que teoricamente não têm fim. Você vai continuar jogando e jogando. Eu já estava envolvido em alguns jogos de criptomoedas, entendendo o metaverso, NFT, e vi que Upland que misturava isso tudo. Achei bacana e entrei nessa nova jornada.
Como você conseguiu vender o seu terreno? Quanto lucrou?
Consegui entrar na fila para comprar um aeroporto, na cidade de Los Angeles. Esse tipo de terreno é muito cobiçado. Na época, paguei US$ 1.800. Como são pouquíssimas pessoas que conseguem, muita gente fica de olho querendo comprar. Acabei vendendo por US$ 3.600, o que dá mais ou menos uns R$ 18 mil. Foi uma jogada que consegui, com um pouco de sorte.
Você joga com mais foco na diversão ou no dinheiro?
Como o Upland é um jogo de longo prazo, entrei mais por diversão, para jogar aos poucos sem a intenção de sair retirando dinheiro imediatamente. No início, ainda vendia mais em dólar, depois fui resolvendo crescer mais no jogo mesmo. Comecei a revender tudo na própria moeda do jogo para crescer e lá na frente pensar em algum rendimento financeiro em dólar mesmo.
No meu YouTube, tudo é de graça. No Instagram, tudo é de graça. Nunca usei essa posição para ganhar algum tipo de vantagem tanto na moeda do jogo quanto em dinheiro. Eu sempre tentei mesmo pelo lado da comunidade e da diversão.
E por que acha que foi eleito como o melhor jogador do mundo no Upland? Porque a comunidade brasileira é muito forte e muito unida. Foi uma votação aberta, você podia colocar o nome de quem quisesse. Eles [os organizadores do prêmio] iam reunir os três mais votados, que iriam para Las Vegas. Lá seria revelado o primeiro colocado.
Como eu já fazia muitos vídeos e posts no Instagram ensinando o pessoal a jogar, o apoio foi espontâneo. A galera começou a votar em mim por ter contribuído com o crescimento delas dentro do jogo. E foi muita votação. Fiquei em primeiro lugar, fui para Las Vegas, recebi o prêmio lá.
Então, o melhor jogador do mundo foi escolhido não necessariamente pelo total de grana que juntou no jogo, mas pelo que colaborou com o crescimento do Upland de alguma forma.