O Pavilhão da Agricultura Familiar é tradicionalmente um dos mais movimentados da Expodireto, em Não-Me-Toque. Das 256 mil pessoas que já visitaram o parque, a maioria passou também pelo local, conforme estimativa da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag). O pavilhão contabiliza R$ 1,7 milhão em produtos vendidos até quarta-feira (6).
Logo na entrada, o pavilhão já traz o cheiro marcante dos salames, copas e queijos coloniais, presentes na maioria dos estandes. Mas, para além dos itens clássicos da agroindústria, algumas novidades propõem explorar sabores incomuns, como a chimia de torresmo, um dos lançamentos da feira.
O produto é uma receita de família produzida há décadas, mas que nunca havia sido transformada em negócio até então. A ideia partiu de Tassiele Toledo, 29 anos, de Campos Borges, que conhece bem o segredo da tia na produção. Com uma textura bem diferente do torresmo comum, a chimia é indicada para saborear com pães brancos, de milho e até sanduíches.
— Ela já tinha uma receita que fazia sempre e a gente foi adaptando para se tornar um pouquinho mais industrial, como durar mais na prateleira e ter menos gordura. O público está gostando. Claro, é diferente, mas a aceitação está boa — conta a produtora.
Selo Sabor Gaúcho Orgânico
Criado pela Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), o selo foi lançado na última edição da Expointer. A certificação busca fomentar as agroindústrias familiares inclusas no Programa Estadual de Agroindústria Familiar (Peaf) que possuem este tipo de origem.
Já credenciada, a indústria da produtora Clarice Rohr, de Picada Café, na Serra, oferece produtos naturais feitos artesanalmente por ela, o marido e a filha. Um sabor inusitado vem das geleias feitas com rosas, bergamota com capim limão, lavanda, abacaxi com pimenta, entre outras.
— Nosso carro-chefe é a geleia de bergamota com capim limão, e também é a minha preferida. Nós mesmos somos responsáveis por criar os sabores e fazer os testes, algo que desenvolvemos muito durante a pandemia — relembra Clarice.
O negócio, que começou com chás, hoje é consolidado no mercado de orgânicos no interior do Estado. Biscoitos também passaram a fazer parte do cardápio de opções, com sabores como camomila, café e broa de milho.
— É tudo manual, nós que produzimos, desde o começo da sementinha, a colheita, a capinação, o cuidado com a terra, e daí, a limpeza, desidratação e empacotamento. Tudo começou com os chás, quando fiquei doente, e virou uma paixão e o nosso sustento — acrescenta.