Ian tocou o solo da Flórida, na Ilha Cayo Costa, às 15h05 de ontem (16h05 em Brasília), com ventos de 240km/h. Um dos mais poderosos furacões registrados nos Estados Unidos — de categoria 4 na escala Saffir-Simpson (que vai até 5) — elevou o nível da água em até 5m, provocou inundações que cobriram casas e carros, arrastou barcos e deixou moradores presos. Mais de 1 milhão de residências ficaram sem energia elétrica. "Estamos sob a água. Nossa casa foi inundada. Felizmente, a eletricidade acabou antes. Os cachorros estão sobre a pia e eu sobre o balcão", relatou uma moradora de Fort Myers, na costa oeste da Flórida, em um grupo de pedido de ajuda no Facebook. "Esta é, de longe, a pior tempestade que já vi", admitiu Kevin Anderson, prefeito da cidade.
De acordo com o Centro Nacional de Furacões (NHC), Ian "está atingindo a Península da Flórida com tempestades catastróficas, ventos e inundações". "Essa é uma tempestade da qual falaremos por muitos anos", garantiu o diretor do Serviço Nacional de Meteorologia (NWS), Ken Graham. Ron DeSantis, governador da Flórida, conversou com o presidente dos EUA, Joe Biden, e discutiu meios de agilizar a ajuda federal. "É uma grande tempestade", disse DeSantis. "Claramente, é um furacão muito poderoso, que terá consequências de longo alcance." À noite, Ian perdeu um pouco de força e se tornou furacão de categoria 3.
Durante a madrugada de ontem, horas antes da chegada de Ian, dez condados receberam ordens para remover 2,5 milhões de habitantes. As autoridades da Flórida mobilizaram mais de 42 mil eletricistas, 7 mil homens da Guarda Nacional e 179 aeronaves, além de carros anfíbios.