Hoje em dia, não tem quem não tenha sua vida inteira na palma da mão, com o celular. Fotos, aplicativos de bancos, contatos importantes na agenda. Perder tudo isso gera pavor a qualquer um. E foi esse sentimento que tomou conta do operador de máquinas Rodrigo Agustini, nesta terça-feira (3), em Caxias do Sul. Sua mãe, Ana Massenz, jogou, sem querer, o celular dela no lixo. Na busca pelo aparelho foi preciso encarar duas horas de procura e nove toneladas de lixo na estação de transbordo da Codeca.
Agustini conta que ele e a mãe estavam separando lixo em casa, quando ela acabou jogando o aparelho, junto a um cartão de crédito, no mesmo saco. Ao se dar conta, foi correndo na lixeira da rua, que já havia sido esvaziada pela coleta.
— Eu já não estava mais em casa. Ela (a mãe) me ligou desesperada. A tranquilizei por telefone e liguei para a Codeca, quando o fiscal me indicou ir no transbordo, no bairro Cidade Nova. Eles me ajudaram a achar o celular, não mediram esforços, uma equipe muito bem qualificada, muito bem instruída — comenta o operador de máquinas.
Líder da operação de transbordo no turno da tarde, Jean Carlo Brito fez uma verdadeira força-tarefa para conseguir resgatar o celular.
— Deu para ver que ele (Rodrigo) estava muito preocupado com esse telefone, porque ali havia contatos de médicos do pai dele, que é acamado, então pedi para o pessoal ajudar a procurar porque era muito importante — conta Brito.
À medida que as horas passavam, a esperança de encontrar o eletrônico ficava cada vez mais distante. Nem mesmo o líder da operação de transbordo, com experiência de 10 anos e três situações simulares de perda de objetos valiosos, não via mais jeito.
— Eu estava quase desistindo, estava quase dando meu horário, na troca de turno, quando Rodrigo deu mais uma mexida no lixo, começou a encontrar pertences dele e viu que estava mais próximo. Ele foi tentar ligar e o telefone começou a tocar. Foi uma alegria para nós, porque a gente se põe no lugar, foi muito gratificante encontrar, parecia que era meu celular — afirma Brito.
Ao todo, naquela tarde, 15 caminhões entraram na estação. Cada caminhão, carrega, em média, nove toneladas de lixo nas segundas e terças-feiras, dias em que há maior acumulo de lixo. A sorte de Rodrigo Agustini é que foi possível identificar o veículo que passou e, assim, foi mais fácil de procurar, apesar das nove toneladas a serem enfrentadas.
— É muito difícil de encontrar, foi um conjunto desde o cara que me disse qual caminhão era, porque ali chega em torno de 15 caminhões de coleta na parte da tarde, então de 15 tu acertar o caminhão, se não tiver alguma ajuda lá de cima, informações do responsável da coleta, também não dá certo — finaliza o responsável pelo transbordo.