As mulheres brasileiras estão esperando mais tempo para serem mães, priorizando a gestação após os 30 anos de idade. É o que sugerem as Estatísticas do Registro Civil, divulgadas nesta quarta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o levantamento, entre 2008 e 2018, diminuiu o número de mulheres que tiveram filho com menos de 30 anos de idade, enquanto aumentou o daquelas que se tornaram mãe após essa idade. Também diminui a proporção daquelas que têm filhos após os 45 anos.
O levantamento foi feito com base nos registros de nascidos vivos realizados pelos Cartórios de Registro Civil de Pessoas Naturais de todo o país. Os dados consideram as crianças registradas em 2018 - uma pequena proporção desses nascimentos são de pessoas nascidas em anos anteriores, mas que só foram registradas no ano passado.
No período, diminuiu em 16,1% o número de crianças nascidas de mulheres com menos de 30 anos. Em contrapartida, aumentou em 36% o número dos nascimentos para mães entre os 30 e os 44 anos. Na faixa etária acima de 45 anos, diminuiu em 14,9%.
Ainda assim, o IBGE mostra que, no ano passado, 18.231 jovens de menos de 15 anos tiveram filhos no país. Outras 414.866 mulheres tinham entre 15 e 19 anos quando deram à luz. Em 2008, esses números foram de 23.149 e 519.605, respectivamente.
“Tais resultados corroboram as tendências, observadas nos censos demográficos, de redução da taxa de fecundidade das mulheres mais jovens”, destacou o IBGE.
A maior queda na comparação entre os dados de 2008 e 2018 foi observada entre as mulheres que tiveram filho com menos de 15 anos (-28%). Já o maior aumento foi observado no grupo de mulheres com idades entre 35 e 39 anos (56%).
• Menos de 15 anos: -28%
• 15 a 19 anos: -26%
• 20 a 24 anos: -17%
• 25 a 29 anos: -8%
• 30 a 34 anos: 26%
• 35 a 39 anos: 56%
• 40 a 44 anos: 36%
• 45 a 49 anos: -11%
• 50 anos ou mais: -28%
Mais nascimentos
De acordo com o IBGE, em 2018 foram registrados 2.899.851 nascimentos ocorridos no ano, 3,6% a mais que em 2008. Na comparação com 2017 também foi observada alta, de 1%.
O aumento entre 2017 e 2018, segundo o IBGE, foi puxado pelos nascimentos registrados nas regiões Nordeste (2,6%), Norte (2,3%) e Centro-Oeste (2%). No Sudeste e no Sul foram observadas quedas no número de nascimentos, respectivamente de -0,4% e -0,1%.
Entre os estados, o destaque ficou com Roraima, que registrou aumento de 13,4% no número de nascimentos. No Mato Grosso, segundo no ranking, a alta foi de 8,4%.
A gerente da pesquisa, Klívia Oliveira, disse que a pesquisa não é capaz de mostrar, por si só, o que influenciou a alta expressiva de Roraima na comparação com os demais estados quando questionada se haveria relação com a imigração venezuelana.
O IBGE destacou ainda que, em 2018, a média mensal de registros de nascimentos em todo o país foi de 241.654, sendo que os meses de fevereiro, setembro, novembro e dezembro apresentaram valores inferiores a essa média.
Já quando considerado o mês de nascimento das crianças registradas, maio foi o que apresentou o maior número (264.988), enquanto em novembro, o menor (222.722).