Às vésperas do fim da desoneração tributária sobre a gasolina e o etanol, que se encerra em 1º de março, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, vai se encontrar no final da tarde desta quinta-feira com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Sem a prorrogação da isenção, a gasolina deverá aumentar em R$ 0,68 por litro nos postos de gasolina, calcula a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
O aumento deve acontecer em um momento em que a Petrobras tem alguma gordura para queimar, por praticar preços mais altos do que o mercado internacional. Sua concorrente principal no Brasil, a Refinaria de Mataripe, na Bahia, reduziu na última quarta-feira o preço da gasolina em R$ 0,29 por litro.
Nas contas da Abicom, sem a prorrogação da isenção, o impacto da volta dos impostos no preço da gasolina nas refinarias será de R$ 0,79 pelo PIS/Cofins e de R$ 0,10 pela Cide. Nos postos, após a mistura do etanol, o impacto total do retorno dos impostos na gasolina será de R$ 0,68 por litro. Já o etanol hidratado, com a mistura de 27% por litro de gasolina, deve subir R$ 0,24 por litro nos postos.
Na comparação com os preços praticados no mercado internacional, a venda da gasolina nas refinarias da Petrobras está em média 8% mais cara, enquanto o diesel está com o preço 7% superior. Essa diferença corresponde a uma possível queda de R$ 0,23 por litro no caso da gasolina e de R$ 0,25 no diesel. Se levado em conta apenas o mercado da Bahia, onde opera da única refinaria relevante privada, a Refinaria de Mataripe, a alta em relação ao mercado externo chega a 10%, informa a Abicom mesmo após a redução da semana passada.
Sulpetro alerta para aumento no Rio Grande do Sul
O Sulpetro ? entidade que representa os postos de combustíveis do Rio Grande do Sul ? informa que tem recebido queixas de revendedores de diferentes regiões do Estado, especialmente os “bandeira branca” (independente), sobre o aumento no valor da gasolina entre R$ 0,15 e até R$ 0,30, por litro do produto, por parte das distribuidoras. Os empresários relatam que, entre os argumentos das companhias para o acréscimo no preço do combustível, estão a elevação do etanol anidro e o frete. Este último em função da manutenção programada da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) que, com isso, diminuiu a produção de gasolina, obrigando as distribuidoras a trazerem o produto de outros estados.
“Estamos apreensivos não somente com esta alta no preço da gasolina e com a falta do produto no mercado, mas com a provável elevação que deverá ocorrer nos próximos dias com o retorno da cobrança de PIS e Cofins”, avisa o presidente do Sulpetro, João Carlos Dal’Aqua. “A cobrança dos impostos provavelmente voltara em 1º de março, o que acabará provocando o aumento dos valores”, projeta.