A Polícia Federal (PF) prendeu na segunda-feira (18), em Brasília, um investigado por liderar e financiar o esquema criminoso que enviava à Europa drogas em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). A prisão ocorreu na quarta fase da operação Quinta Coluna. Em nota, a PF informou que o investigado “vinha ameaçando testemunhas do caso e pode responder pelos crimes de tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico, com penas que podem chegar a 30 anos de prisão”.
O esquema criminoso foi descoberto em 2019, quando foi preso um sargento brasileiro com 39 quilos de cocaína. Ele levava a droga enquanto viajava como membro da tripulação da comitiva do presidente Jair Bolsonaro para a reunião da cúpula do G20 e foi detido no aeroporto de Sevilha, no sul da Espanha.
Em 2020, ele aceitou cumprir, no país europeu, uma sentença de seis anos e um dia de prisão, além de pagar uma multa de 2 milhões de euros (cerca de R$ 9,5 milhões). No tribunal, o sargento admitiu que carregava 37 pastilhas de cocaína na mala e que a droga foi entregue a ele no Brasil. "Quem me entregou me disse que seu destino era a Suíça e que eu deveria levá-la para a Europa", disse Manoel, explicando em seguida que, no dia de sua prisão, teve que ir a um shopping para levar a droga a um outro homem que ele não conhecia.
Durante o julgamento, o militar justificou suas ações porque "estava passando por dificuldades econômicas" e afirmou que "um militar no Brasil não tem um bom salário".
"Estou profundamente arrependido. Peço desculpas ao Estado e ao povo espanhol por colocá-lo em seu país", disse Manoel Rodrigues, que no final enfatizou que "o castigo era justo" e que, após cumpri-lo, ele retornará ao Brasil para estar com sua família e encontrar um novo emprego. A cocaína que transportava era 80% pura e estava avaliada em 1,4 milhão de euros (R$ 6,6 milhões na taxa de câmbio atual).