Organização distribuía 800 quilos do produto por semana, e traços de peru e suínos foram encontrados na mistura
Um grupo criminoso, suspeito de vender clandestinamente carne de cavalo como se fosse de gado para hamburguerias da Serra gaúcha, é alvo de uma operação deflagrada nesta quinta-feira pelo Ministério Público. A ação, chamada de Hipo, tem o objetivo de cumprir ainda hoje seis mandados de prisão preventiva, 15 de busca e apreensão referentes a oito alvos em Caxias do Sul.
Conforme o Ministério Público, em conversas interceptadas com autorização da Justiça, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) descobriu que a organização teria comercializado grandes quantidades de carne provenientes do abate clandestino de equinos. Perícias foram feitas em duas lancherias de Caxias e identificaram o DNA de cavalos. Também eram misturadas carnes de peru e suíno.
“Eram distribuídos em torno de 800 quilos semanais”, conta o coordenador do Gaeco – Seguranca Alimentar, promotor de Justiça Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, que está à frente da operação e cumpre os mandados juntamente com o promotor da Especializada Criminal de Porto Alegre, Mauro Rockenbach.
Conforme o Ministério Público, o grupo não possui autorização para o abate e comercialização de nenhum tipo de carne. Assim, as atividades de abate, beneficiamento, armazenamento e comercialização vinham ocorrendo sem qualquer fiscalização, o que é essencial para prevenir que carnes sem inspeção de fiscais médicos veterinários sejam consumidas pelas pessoas.