Sobrevivente do incêndio em um centro de tratamento para dependentes químicos, em Carazinho, no Norte do Rio Grande do Sul, Jeferson Ricardo da Silveira, de 31 anos, deixou a Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre, e já não precisa da ajuda de aparelhos para respirar.
De acordo com o Grupo Hospitalar Conceição (GHC), nesta terça-feira (12), ele estava estável, no leito de enfermaria e respirando normalmente. Não há, entretanto, previsão de alta.
Jeferson foi transferido para a Capital em estado gravíssimo no dia seguinte à tragédia que vitimou 11 pessoas. Outro sobrevivente foi atendido no Hospital de Caridade de Carazinho e teve alta no mesmo fim de semana.
Duas vítimas já foram sepultadas; as outras nove ainda aguardam identificação pelo Instituto Geral de Perícias (IGP). Conforme o IGP, a liberação acontece assim que concluída a identificação.
Relembre o caso
O fogo começou por volta de 23h de quinta-feira (23). Informações preliminares dão conta de que 15 pessoas estavam no local. Do total, 11 morreram – 10 no incêndio e uma após ser socorrida e levada para um hospital. Duas pessoas foram levadas para atendimento médico, entre elas, Jeferson, e outras duas conseguiram escapar sem ferimentos.
Dois pacientes que conseguiram escapar sem ferimentos e uma testemunha já foram ouvidos pelos policiais. Conforme o delegado regional Jader Ribeiro Duarte, a suspeita é de que o incêndio tenha iniciado na fiação elétrica. A Polícia Civil reforça, entretanto, que somente com o resultado da perícia técnica e de outras provas é que se chegará a uma conclusão efetiva das causas do incêndio.
O comandante regional do batalhão do Corpo de Bombeiros Militar de Passo Fundo, tenente coronel Ricardo Mattei, não descarta nenhuma hipótese do que possa ter causado o fogo.
Algumas das vítimas, conforme informações dos bombeiros, foram encontradas em uma área de dormitórios e próximas às janelas, o que pode indicar que elas tentavam sair do local. A parte consumida pelo fogo era de madeira. Ainda segundo o Corpo de Bombeiros, as janelas não tinham grades, mas eram pequenas, por onde uma pessoa não conseguiria passar.
O prefeito de Carazinho, Milton Schmitz , disse que, em princípio, a entidade tinha todas as liberações para funcionamento regularizadas. “Tem alvará dos bombeiros e licenças todas em dia”, mencionou.
Em nota, o Ministério da Cidadania disse acompanhar as investigações sobre as causas do incêndio. O Cetrat “recebe investimentos do governo federal e está em situação regular”, segundo a pasta.