Alvo de críticas e protesto após o anúncio do pacote de reforma administrativa no Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite participou nesta quarta-feira do Tá na Mesa, da Federasul, em Porto Alegre, e falou sobre o aporte de R$ 270 milhões ao longo dos próximos três anos para a categoria do magistério. Os recursos poderão ser arrecadados a partir de medidas que estão incluídas nas propostas e versam sobre abono familiar e o não estorno do vale-alimentação.
"Só neste governo, ao longo dos próximos três anos, teremos R$ 270 milhões em aporte para a categoria do magistério. Também há uma medida demandada pelo Cpers, que é deixar de estornar o vale-alimentação para os professores", disse Leite. Segundo o secretário estadual da Fazenda, Marco Aurelio Santos Cardoso, as medidas citadas pelo goverador poderão gerar R$ 915 milhões em 10 anos.
Leite comentou que o atual plano de carreira representa um entrave para os ganhos dos professores, justamente em função do efeito cascata. "É preciso aportar muito para representar pouco aos professores", complementou. O governador ainda fez um pedido à categoria, para que mantenham as atividades e participem das discussões dos projetos.
Apesar do pedido de Leite, o Cpers anunciou nesta quarta que a adesão à greve aumentou. Segundo a entidade, 1.350 instituições estão paralisadas totalmente ou operando parcialmente. A partir do anúncio do pacote de Leite, manifestações foram realizadas, principalmente pelo Cpers. O sindicato dos professores decidiu cruzar os braços ainda na semana passada.
Até o meio-dia desta quarta (20), a contagem de escolas totalmente fechadas ou operando parcialmente, com severa falta de profissionais, já ultrapassava a marca de 1.350 instituições.
Gasto com pessoal
Ao falar da série de medidas, Leite enfatizou a necessidade de mudar o gasto com pessoal no Rio Grande do Sul. "O Estado não gera riqueza. Quem gera é a iniciativa privada", apontou. Apesar das polêmicas e da complexidade, governador acredita ser possível "vencer essa pauta" (projetos) ainda neste ano. Para ele, a aprovação da reforma paralela da Previdência não deverá impactar no projeto da administração estadual. "As alterações no Congresso podem mudar ainda mais e avançar em 2020", acrescentou.
Leite ainda destacou a participação de deputados na construção da proposta de substituição tributária. Um decreto sobre o tema está em elaboração.
Postado por Regis Urnau