As 188.800 doses de Coronavac que chegaram ao RS na tarde desta terça-feira e 62.400 recebidas do Ministério da Saúde na última sexta-feira, foram remetidas aos municípios nesta quarta-feira. A Secretaria da Saúde (SES) distribuiu às coordenadorias regionais de saúde, 251.200 doses do imunizante para zerar o déficit de segundas doses (D2) em atraso no Estado.
Entretanto, em alguns municípios e até mesmo em Porto Alegre, que recebeu a quantidade 37.590 doses, ainda precisaria de pouco mais de 45 mil para completar o esquema vacinal, apesar da SES afirmar que o quantitativo seria suficiente para resolver o problema.
"Somando as duas remessas, iremos distribuir quantitativo suficiente para que todos os que tomaram a primeira dose com Coronavac possam completar o esquema vacinal, o que é fundamental para a eficácia do imunizante", explica chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Tani Ranieri.
Mas segundo o secretário de Saúde da Capital, Mauro Sparta, ainda faltará vacina. “Se chegar mais uma remessa, a gente resolve até a próxima semana. Nesta aqui vamos avançar até os 60 anos e vamos começar a vacinar as pessoas abaixo dos 60 anos, de quem está atrasado, como os profissionais da saúde”, adianta.
A SES afirma ter distribuído 1.647.470 doses da vacina Coronavac aos municípios gaúchos para aplicação da primeira dose em grupos prioritários, seguindo a ordem estabelecida pelo Plano Nacional de Imunizações (PNI). Para segundas doses (D2), a secretaria diz ter repassado 1.650.580 doses aos municípios, com a última distribuição ocorrida hoje. “Matematicamente, portanto, o Estado distribuiu doses suficientes para completar o esquema vacinal de todos os gaúchos imunizados com a primeira dose da vacina Coronavac”, garantiu a SES em nota divulgada à imprensa.
Entretanto, o diretor da Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter, diz que a SES tem que levar em consideração o “mundo real”, onde, além do descontrole da fila de vacinação nos municípios, pode ter ocorrido outras situações. “Pode ter acontecido de pessoas terem tomado a segunda dose como a primeira. Também tem a quebra de doses, como a xepa, quebra do frasco. E aqui, identificamos mais de 17 mil pessoas de fora da Capital que receberam vacina”, alega Ritter.
Para o diretor, o ideal seria fazer remanejo de doses entre municípios, a fim de resolver esta questão. “Mas seria muito difícil. Por isso, acreditamos que sejam necessárias mais doses da Coronavac”, explica.